Eu tive um sonho

Eu tive um sonho Vou te contar (mas posso assegurar que não me atirei do oitavo andar)

Eu tinha que escolher uma profissão, já tinha 19 anos de idade e acreditava ter entrado no curso errado (administração de empresas). Então dei asas a um sonho: fazer a faculdade de educação física para trabalhar com futebol.

Mas durante o curso "experimentei" diferentes áreas de atuação de uma profissão tão rica em emoções e importância para a sociedade. E foi dessa forma que eu trabalhei com: futsal, iniciação desportiva, natação, hidroginástica e musculação - durante a graduação. Até que, no fim do curso, passei a desenvolver o meu TCC na área do treinamento físico de futebol. Esse trabalho rendeu viagens pelo país para apresentação em congressos renomados - em um dos quais recebi um prêmio destaque entre as pesquisas apresentadas no evento.

Nessa época, formado, fazendo pós-graduação em Ciências da Saúde e trabalhando em academia de musculação, o trabalho científico trouxe o interesse pela área acadêmica... Tive até a possibilidade de cursar Doutorado em uma universidade européia, mas mudei meu destino no último instante e não "embarquei" naquela oportunidade.

Eu já havia sido micro-empresário, por duas vezes, na área do exercício físico, mas foi como personal trainer que consegui captar mais "proventos"... Porém, o trabalho em academia e o atendimento individual não me realizavam mais, e foi então que o ensino escolar me desafiou, trouxe um novo rumo profissional.

Arte: Marcelo Pochmann/rededosesportes.com
Eu ainda tive a oportunidade de trabalhar indiretamente com o futebol profissional (e até mesmo com o basquete e o voleibol) sendo comentarista esportivo, narrador e/ou repórter em duas emissoras web (radio e TV). Também foi apresentador de programas esportivos e tive muitas alegrias naquela época em que revelei ao meu eu uma de minhas inteligências múltiplas.

Mas voltando ao motivo dessa postagem... Há 8 anos como docente escolar (dos mais de 14 anos de formação), hoje reconheço que o sonho de trabalhar com futebol e chegar ao ápice profissional: clubes da elite e a seleção brasileira, não passou de um desejo pessoal - já que sou apaixonado pelo esporte, mas, inconscientemente, o que eu queria era muito mais do que o futebol. Eu queira a notoriedade...

E eu confesso que atingi. Sou professor de educação física escolar - o cara que muitas crianças e adolescentes têm como exemplo, demonstram carinho e admiração, sonham em fazer mais aulas por semana do que o currículo indica.

Quando você desempenha seu trabalho com amor, respeito e dedicação os frutos são inimagináveis.

Então, seja no glamour ou nas periferias, dê valor aos profissionais da educação física. Nós fazemos a diferença!

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